sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Dilemas...

... não sei por onde começar. Talvez faça pela primeira vez sentido começar pelo fim.

Como reagir ao fim de uma relação que nunca fui crente que fosse começar?

Vou começar , agora sim, pelo inicio.

Para mim, desde o inicio vi um fim. Pela forma como começou, pela forma como continuou. Deixei aqui registos da nossa "relação" que desde que a mesma acabou ainda não tive coragem de reler.

Dói cada dia que passa. Porque pela primeira vez senti que o fim implicaria distância, quebra de rotinas, o fim das minhas preocupações, das minhas preocupações que foram a minha prioridade durante dois anos.

Dói , saber que algo que eu julgaria que nunca fosse começar  tivesse terminado.

E como é possível doer tanto?

Acho que por nunca ter sido crente me deixei levar. Durante estes dois anos tudo se tornou natural  e dessa naturalidade surgiu o que nunca tinha até ao momento sabido criar.

Foi tudo tão bom para teres tornado um fim tão mau e tão contra tudo o que fomos criando.

Acontece.

Por vezes lembro-me. Lembro-me das nossas férias. Lembro-me dos Domingos.  Lembro-me das sessões de cinema. Das vezes em que cozinhamos juntos... ou das vezes em que me "ajudaste" a cozinhar.

Das conchinhas no sofá. Do Simba vir para o nosso meio. De ir dar água ao Simba. Dos banhos. Do acidente. Dos abraços e das lágrimas. Do teu cheiro.

Lembro-me da quantidade de vezes em que conversamos do quanto isto não fazia sentido. 

Lembro-me do ano novo. Dos teus pais nos virem desejar "Boa Noite" nas noites em que fiquei a dormir em tua casa. Dos passeios e dos jantares.

Recordo-me das pazes que fizemos à beira da casa de chá.

Lembro-me da primeira vez que senti de que realmente gostavas de mim.

Todos os dias esperei pelo nosso fim. De alguma forma sempre soube que tínhamos uma data. Um prazo de validade. 

Às vezes tenho vontade de te ligar, de berrar contigo, de te insultar. Do mais intimo e do mais fundo do meu ser apetece-me só e apenas berrar contigo. 

Outras vezes apetece-me apenas dizer-te "Vem ter comigo." E tenho tanta certeza que nos 5 minutos seguintes tu ias arranjar forma de chegar a mim. Mesmo sem saberes se te ia abraçar, chorar ou berrar contigo.

Gravo em mim o facto de na ultima mensagem que me mandaste, a qual eu não tive coragem de responder, me teres dito:"Queria dar-te um abraço mas devo ser a ultima pessoa que queres ver à frente neste momento."

Acho que nunca duas afirmações tão controversas fizeram tanto sentido. Eras a ultima pessoa que queria ver... mas só o teu abraço me dava o conforto que precisava naquele momento.

Tenho saudades tuas.

Mesmo que não o mereças.

Mesmo que as lágrimas me estejam a cair.

Mesmo que esteja a perder forças para lutar contra mim mesma.

Mesmo que sejas a ultima pessoa que queira ver a frente.

 Sinto que só o teu abraço me trará de volta.

Se em tempos me fizeste quebrar muitas barreiras, não tens noção das que me fizeste voltar a construir.




  

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